terça-feira, 5 de março de 2013

Perguntas para início de pesquisa de corpo para performance

De volta às postagens no blog, espaço este que ando experimentando, retorno agora para compartilhar um processo de pesquisa para a performance "Carta pra que te quero" (nome passageiro). Influenciada por Marina Abramovic e sua performance no MOMA em NY, por uma série de autores  como Canclini, Dussel, Mignolo, Castells, Lipovetski, Dumont, alguns debates da antropologia sobre identidade e perfomance  abro este espaço para uma pesquisa imagética sobre cartas, máquinas, olhares, memórias.

A reflexão que dá origem a esse impulso criador é o conceito de identidade, tanto debatido na academia e nos órgãos públicos para a criação de políticas que atendam à diversidade. Perguntas movem esse processo para frente. Que identidade é essa que as pessoas reivindicam para si? E esta fragmentação do sujeito, para onde leva as relações humanas? Tem gente que reivindica para si a nomenclatura de pós-moderno, mas será que no nosso contexto brasileiro latino americano sabemos o que é modernidade?? Ainda reproduzimos relações coloniais de poder?Há quem queira resolver esse impasse desdobrando algumas idéias dando nomes e criando conceitos: modernidade líquida, modernização reflexiva, modernidade tardia, modernidade alta, hipermodernidade, modernidade retroativa, trans-modernidade.. e por  aí vai


Individualismo, consumismo, hedonismo,fragmentação do tempo e espaço, desenvolvimento avassalador das formas tecnológicas permeiam essa vida GLOBALIZADA(?) que nos assola e produz novas formas de interações entre os humanos. A identidade, tão importante para o sujeito na compreensão da vida é uma construção social estabelecida que faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes ao delinear suas diferenças em relação ao outro. .

Quem é esse outro com quem estamos constantemente em contato?Será que hoje temos tempo para nos dispor ao outro? O que esse outro pensa, sente, do que ele ri, chora, o que o agita, tranquiliza?? Se me disponho ao outro aprendo sobre mim? Sentimos o coração do outro em suas dores e em seus amores? Por que fazê-lo? Vale a pena se envolver?O que me diz um olhar?O que me diz um sorriso? A quem interessa um olhar? E um sorriso?

Alguém se senta na cadeira, e disposto a escrever, sincretiza elementos da tradição e da modernidade para produzir novos padrões de identidade. E isso me faz pensar em máquina de escrever. Isso mesmo, essa tecnologia já deixada de lado e sumariamente substituída pelo computador. Quem se lembra qual a diferença   entre redigir um texto numa máquina de escrever e num computador?Existe diferença? Existe um estranhamento em relação à antiga tecnologia?




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