De volta às postagens no blog, espaço este que ando experimentando, retorno agora para compartilhar um processo de pesquisa para a performance "Carta pra que te quero" (nome passageiro). Influenciada por Marina Abramovic e sua performance no MOMA em NY, por uma série de autores como Canclini, Dussel, Mignolo, Castells, Lipovetski, Dumont, alguns debates da antropologia sobre identidade e perfomance abro este espaço para uma pesquisa imagética sobre cartas, máquinas, olhares, memórias.
A reflexão que dá origem a esse impulso criador é o conceito de identidade, tanto debatido na academia e nos órgãos públicos para a criação de políticas que atendam à diversidade. Perguntas movem esse processo para frente. Que identidade é essa que as pessoas reivindicam para si? E esta fragmentação do sujeito, para onde leva as relações humanas? Tem gente que reivindica para si a nomenclatura de pós-moderno, mas será que no nosso contexto brasileiro latino americano sabemos o que é modernidade?? Ainda reproduzimos relações coloniais de poder?Há quem queira resolver esse impasse desdobrando algumas idéias dando nomes e criando conceitos: modernidade líquida, modernização reflexiva, modernidade tardia, modernidade alta, hipermodernidade, modernidade retroativa, trans-modernidade.. e por aí vai
Individualismo, consumismo, hedonismo,fragmentação do tempo e espaço, desenvolvimento avassalador das formas tecnológicas permeiam essa vida GLOBALIZADA(?) que nos assola e produz novas formas de interações entre os humanos. A identidade, tão importante para o sujeito na compreensão da vida é uma construção social estabelecida que faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes ao delinear suas diferenças em relação ao outro. .
Quem é esse outro com quem estamos constantemente em contato?Será que hoje temos tempo para nos dispor ao outro? O que esse outro pensa, sente, do que ele ri, chora, o que o agita, tranquiliza?? Se me disponho ao outro aprendo sobre mim? Sentimos o coração do outro em suas dores e em seus amores? Por que fazê-lo? Vale a pena se envolver?O que me diz um olhar?O que me diz um sorriso? A quem interessa um olhar? E um sorriso?
Alguém se senta na cadeira, e disposto a escrever, sincretiza elementos da tradição e da modernidade para produzir novos padrões de identidade. E isso me faz pensar em máquina de escrever. Isso mesmo, essa tecnologia já deixada de lado e sumariamente substituída pelo computador. Quem se lembra qual a diferença entre redigir um texto numa máquina de escrever e num computador?Existe diferença? Existe um estranhamento em relação à antiga tecnologia?
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