sábado, 2 de fevereiro de 2013

Rabiscos sobre "Uma descrição densa" de Clifford Geertz


Geertz em sua “Descrição Densa” faz a defesa do uso de metáforas na construção intelectual . O autor utiliza duas metáforas principais para ilustrar seu texto: a piscadela de um garoto (na verdade 3: o que tem toque nervoso, o que está tramando algo e o imitador) e a história do judeu e os beberes. O autor admite que seu conceito de cultura toma emprestado de Weber a compreensão de que o indivíduo está envolvido em tramas que ele mesmo teceu. A partir daí, Geertz defende que a redução do conceito de cultura de forma a limitá-lo e especificá-lo faz com que seja um forte aparato teórico para a compreensão da realidade. Sua definição de cultura diz que esta são as teias simbólicas que envolvem o indivíduo. A etnografia é a descrição densa dos fatos observáveis cujo objeto é passível de ser interpretado. O texto etnográfico é denso porque permite interpretações próprias de terceira mão do pesquisador (já que de primeira mão só o agente da cultura poderia fazê-lo). A análise dos dados para a interpretação é um esforço em compreender as estruturas de significação que envolvem determinado fato.  Para o autor, o trabalho do etnógrafo assemelha-se ao do crítico literário. Fazer etnografia se assemelha um pouco ao trabalho do paleontólogo em que o grande desafio é compreender para interpretar manuscritos antigos e desbotados. Sendo o ensaio a forma de escrita mais abrangente na etnografia.  A etnografia fornece um vocabulário teórico que expressa o ato simbólico na vida humana. Por fim, o autor defende que comprometer-se a um conceito semiótico de cultura significa comprometer-se a compreender que a etnografia não é um processo acabado, mas se constrói no próprio fazer e sempre será incompleto.


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